27/01/2009

Como tudo acabou e... Recomeçou...

"Porto Salvo, 22 of July 2008
Recommendation Letter
To whom it may concern:
XXXXX employed Natasha Caldeira full time as a XXXXXXXXXX. For more than 6 years she was a key player in the risk team delivering her work in due time showing great professional skills.
Very responsable and liable person showing the qualities related to xx values, like inclusiveness and expertise.
XX Portugal recomends without reservation Natasha Caldeira for you company.
Sincerely,

XX Portugal
HR Department"

E foi assim que tudo se transformou... Ao fim de quase 7 anos de companhia, resolvi dar mais uma reviravolta na minha vida.
Deixei as 10 horas de trabalho x 5 dias de semana para trás e toca de empacotar TUDO. Mais uma mudança...
Destino: UK.
Deixei de ter a mulher a dias 1 vez por semana, deixei de ter a familia por perto, os amigos das farras e das conversas da treta; os ombros amigos para o desespero; deixei a minha independência monetária; deixei o café "lá de baixo"; deixei as cadelinhas e os caracois acompanhados de uma cervejola á beira mar...
Mas ganhei: Os meus filhos a tempo inteiro.
Sinto falta da acção, de pensar em algo que não seja em fraldas, toalhitas, limpeza da casa e almoços e jantares. Mas as prespectivas de ter uma vida mais independente estão na cauda das prioridades... Os meus filhos precisam de mim e eu? De quem preciso? Do que preciso?
Cheguei a um ponto na minha vida em que não sei quais são os meus sonhos, os meus objectivos. Não os nossos, os MEUS, aqueles que sou eu que traço para mim. Será querer demais, será ser egoísta, ao fim de 6 meses de quase solidão, esperar que tudo venha depressa. Tenho pressa de viver.
AMO demais estas crianças; sei que precisam de mim e que ninguém pode substituir-me nessa missão. Mas gosto de pensar que posso querer mais; querer algo diferente como complemento.
Foi tudo muito drástico... Passei do 800000 para o 8. Portugal é sinónimo de não ter tempo para mim, não ter tempo para marido e filhos. Ser 200% mulher trabalhadora a "dar o litro" para não perder o emprego. UK é sinónimo de ser mãe e dona de casa, ser batescovaspira.
Benvindos ao MEU mundo. A este espaço de muita reflecção sobre sonhos vs realidade.
Se sou feliz? Ainda não sei, mas os meus filhos estão no paraíso e isso traz-me alguma paz de espirito e até felicidade (ou orgulho).

4 comentários:

  1. Tola! Nunca te esqueças do que és hoje, amanhã será o futuro dos teus filhos! Se a tua profissão é ser MÃE dedica-te a ela com dedicaste 7 anos de "companhia". Hoje trabalhas no futuro daqueles que mais amas... um beijão da Mana daqui de Portugal

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  2. Tola! Dedica-te a este emprego como dedicaste 7 anos da tua vida numa Companhia que não te dava sorrisos, alegrias... Ser mãe é um emprego de inveja pois o futuro te trará aumentos maiores que qualquer inflacção possivel... Agora não sejas tola! Amo-te muito Mana... Jinhos daqui do Portugal!

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  3. A vida é feita de fases. Hojé o teu trabalho é seres mãe. Um dia que os teus filhos não dependam tanto de ti, poderás voltar ao mundo laboral. Eu gosto da vida activa que levo, gosto de trabalhar mas faz-me falta um companheiro e os filhos. Um projecto de vida! Faz-me falta! Muita! Estou à espera que a minha vida dê uma reviravolta como a tua deu. Gostava muito! Mas se isso acontecesse possivelmente diria a mesma coisa que tu! o ser humano é assim, mesmo que seja feliz, está sempre insatisfeito!

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  4. "o ser humano é assim, mesmo que seja feliz, está sempre insatisfeito!"
    É isso mesmo Sofizita, tocaste com o dedo na ferida. Porque nunca nos sentimos preenchidas e completas? Queremos sempre mais? Isso chama-se ambição e é bom, na sua conta e medida. Sempre fui ambiciosa, sempre quis muito de mim própria. E hoje pergunto-me onde me vejo daqui a 5 ou 10 anos e não sei responder... Pela 1ª vez na minha vida, não sei responder... Este é um projecto a muito longo prazo e sempre repleto de reviravoltas e surpresas (este de ser Mãe). Espero ser bem sucedida. Obrigada pelo apoio.

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