03/06/2009

Quando é suposto deixá-los voar?

Há vezes na nossa vida em que desejamos sair de nós e só voltarmos quando estiver tudo (bem) resolvido. Uma dessas e quando temos que decidir se os nossos rebentos sao crescidos o suficiente para lhe darmos liberdade, independencia, para confiarmos finalmente nos ensinamentos que lhes demos até ali. E quando? Quando o devemos fazer? Se para nós eles sao os nossos eternos bebés....
Hoje de manha ouvi uma noticia que me deixou a pensar. Falava de um rapaz de 12 anos que tinha sido alvo de tentativa de sequestro por parte de uns individuos num BMW, que se aproximaram dele quando este ia para a escola, ontem, e de uma das portas traseiras do carro um deles lhe agarrou a mao e tentou, (felizmente) sem sucesso, puxá-lo para dentro do carro.
Este é um caso de sucesso, em milhares deles que nem deixam rasto. E é mesmo isto que me assusta... Nao que eles se magoem ou se percam, mas sim se arranjarem as companhias erradas, serem aliciados por alguém com más intencoes, serem levados de mim para sempre, sem deixar rasto...
Todos teem a sua pancada e a minha é esta. Tento ter um ar de mae que compreende que os filhos teem que ser independentes, que um dia vao voar do ninho, mas de facto faco-o com o coracao nas maos. Com receio de me arrepender de cada passinho de liberdade que lhes dou.
Ontem o meu filho mais velho brincou com um amigo aqui na rua, que até é uma praceta sem movimento, quando me pediu para ir brincar para casa do vizinho, que tinha acabado de conhecer, eu hesitei, disse que sim e contei, nao os minutos de ausencia, mas os segundos...
O desconhecido assusta-me, faz-me recear perde-los. E aqui, nas noticias, é a toda a hora que tomamos conhecimento de criancas que desaparecem, quer por vontade própria (muitas por conhecimentos na internet), quer por rapto. Nem as milhentas cameras de CCTV por todo o lado os trazem de volta...
Nao quero que toda esta inseguranca passe para os meus filhos, quero, a todo o custo, ser uma mae normal, e quero deixa-los serem meninos e depois homens normais, e por isso, batalho a cada dia contra estes meus receios.
Mas agora que o mais velho tem 9 anos, parece que vou ter que interiorizar rapidamente que ele já é um rapazinho e que, com a velocidade a que passa o tempo, será em breve um adolescente. Estarei preparada para o deixar voar???

13 comentários:

  1. Tenho 35 anos e a minha Mãe que sempre me deu muita liberdade ainda anda de coração nas mãos.
    Uma grande amiga dizia-me há semanas sobre a filha que tem 20 anos "Eu sei que é a lei natural das coisas, mas é como arrancar uma parte de mim. Mas quando olho para ela, sei que posso confiar no que lhe dei a vida toda como valores". Quanto à insegurança, é o mundo actual. Temos que nos adaptar. Devagarinho.

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  2. Tenho 35 anos e a minha Mãe que sempre me deu muita liberdade ainda anda de coração nas mãos.
    Uma grande amiga dizia-me há semanas sobre a filha que tem 20 anos "Eu sei que é a lei natural das coisas, mas é como arrancar uma parte de mim. Mas quando olho para ela, sei que posso confiar no que lhe dei a vida toda como valores". Quanto à insegurança, é o mundo actual. Temos que nos adaptar. Devagarinho.

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  3. Querida Tasha, é verdade que um dia o teu menino vai voar, mas enquanto esse dia não chega tu estás a fazer o teu papel de mãe, e já está mais que provado por todos e mais alguns motivos que o fazes muito bem. Proteje o teu bebé enquanto podes :)

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  4. Tasha:
    Eu sempre fui uma mãe muito cheia de medos, tal como tu. Medo de tudo. E controlei-os o mais que pude.Mas depois a pouco e pouco temos de ir abrindo mão, mas devagarinho. Mas não devemos deixar de estar alerta. Quem são os amigos,é muito importante saber e não deixar que estejam crianças sozinhas nem na nossa casa, nem os nossos na casa dos outros. Eu foi assim que fiz e felizmente não me dei mal. Hoje já dizem que compreendem os meus receios.Vais saber decidir Tasha. Claro que na criação dos filhos nós não somos iguais. Sei que há pais que são muito mais liberais, mas também já vi, em pessoas amigas, que se deram muito mal com isso. Deixar miúdos de 12 e 13 anos virem às tantas para casa? Depois não têm que se admirar do que lhes suceder. Beijokas

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  5. Nunca e Sempre. Nunca totalmente e sempre com um olho neles. Não foi isso que os nossos pais nos fizeram? ;)

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  6. Não deve ser fácil essa altura, em que uma mãe sente que vai "perder" um bocadinho do seu filho... eu, não sei como vou reagir, pois não sinto isso, em relação à banitita, mas ela ainda é tão pequena que isso não vai suceder agora. Por outro lado, o raio da muída é tão independente que até chateia! Não se importa minimamente de ficar sozinha no condomínio a brincar, eu não gosto muito, farto-me de a chamar, mas ela... ignora-me por isso não sinto muito o sindroma do ninho e do meu bebé que se há-de ir embora, porque em determinadas alturas, parece que já a perdi... e pronto, lá vou eu ter de ir buscá-la à força se eu não puder estar lá fora com ela, ou vou buscar o tricíclo para ela andar e fico a vê-la. Aproveita bem estes anos, antes que ele queira voar! Quanto à tua pergunta... não faço ideia de quando é que é suposto deixarmo-los voar.

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  7. Blue C, é que é tao de vagarinho que nos adaptamos que me aflige... Que fazer? Parvoíces de mae!

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  8. Kitty, obrigada. Eu tento, mas sabes que estes ensinamentos de vida que lhes damos só vamos ter realmente a prova de que estao certos ou errados tarde demasi para corrigir, se necessário... Nao e por falta de esforco e dedicacao que vou falhar. Espero somente ter-lhes construído um bom caracter.

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  9. Mariinha, as tuas palavras confortam-me. Sao de mama de segunda água (leia-se avó). Logo mais experiente nestas coisas. Em tudo nesta vida de mae, nos temos que guiar pelo coracao... Eles nao veem com manual de instrucoes, com muita pena minha.

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  10. Sofizita, que bonito. Vou adoptar esse "nunca e sempre".

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  11. Banita, comadre, a tua Banitita é como o meu Guigo. Muito despachada e independente. Com a vantagem de no caso do Guigo, eu ainda ter muito tempo pela frente para me preparar...

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  12. Também eu tenho esses receios. Queria poder tê-la sempre debaixo da minha asa. Mas não posso e sei que mais tarde ou mais cedo terei que a deixar voar. E tenho muito medo de não o saber fazer...

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  13. Rainha Mãe, é mesmo isso..."muito medo de não o saber fazer..."

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